The health of the eye seems to demand a horizon. We are never tired, so long as we can see far enough.
Emerson
Há muitas viagens possíveis na nossa vida.
Algumas são como expedições, longas e altamente preparadas.
Outras, desenvolvem-se por si só, como resposta ao percurso ele próprio.
Ainda outras começam por ser breves incursões em território desconhecido, motivadas pela curiosidade, por um encontro, por um qualquer acaso; por vezes transformam-se em muito mais do que isso, num percurso que conhecemos em detalhe e que nos leva a descobrir dimensões que não sabíamos ter ou feitos de que ignorávamos ser capazes.
Estas são três das minhas várias viagens, viagens em que vos posso acompanhar e em que espero possamos ao mesmo tempo saciar e acender o vosso espírito de descoberta.

Neurofeedback:TDAH, Enxaquecas
Quem se interessa por educação, e pelas maneiras como os seres humanos podem ser mais conscientes, mais intencionais, mais auto-determinados nos seus processos de aprendizagem, fica facilmente interessado no conceito e prática do biofeedback.
O Neurofeedback é um tipo de biofeedback em que informação sobre a actividade cerebral é devolvida em tempo real ao indivíduo de modo a permitir-lhe aprender a auto-regular os aspectos do seu funcionamento que foram escolhidos como alvos da intervenção.
A maior parte das vezes isto é conseguido através da aplicação de um sensor que recolhe informação e a envia para um computador. Esse computador trabalha então essa informação recebida, gerando uma acção (que mostra ao utilizador qual está a ser o seu desempenho nos parâmetros escolhidos).
Como exemplo, um ou vários sensores podem ser aplicados (externa e não invasivamente) na superfície da cabeça de um utilizador de modo a registarem a actividade cerebral. A informação que os sensores recolhem é enviada para o computador. Quando os dados indicam um determinado nível de concentração (por exemplo), o video que o indivíduo está a ver no monitor continua a passar; caso contrário, a imagem “congela”. Desta maneira, a pessoa aprende a perceber o que tem de fazer para obter a consequência que deseja (prestar atenção para que o filme prossiga).
Aquilo que era uma função em grande parte involuntária ou inconsciente vai progressivamente ficando sob a alçada de algum controlo consciente e voluntário da parte do sujeito, tornando-se um recurso que pode usar quando o deseje.
O neurofeedback que utilizamos tem várias indicações sendo duas das mais fortes os déficites de atenção e as enxaquecas.
Durante as sessões é ainda realizado todo um trabalho de integração e reflexão com o terapeuta sobre as estratégias desenvolvidas, dificuldades de percurso e formas de generalização das aptidões ganhas a áreas de vida em que sejam necessárias. As sessões são co-construidas e personalizadas.

DREAMWORK
O workshop:
Há muito que os sonhos são considerados uma ferramenta poderosa tanto para os processos de aprofundamento do entendimento do próprio, como das relações que estabelecemos e das várias dimensões em que as nossas vidas se desenrolam.
Tanto na Grécia como no Egipto Antigos eram incubados sonhos com o propósito de esclarecer assuntos que iam desde casamentos e estabelecimento de alianças, passando por curas ou relativas mesmo a plantações e colheitas até a assuntos de Estado.
Neste workshop, várias teorias sobre os sonhos foram transformadas em exercícios que permitem aos participantes mergulharem mais profundamente nos seus sonhos, interagindo com eles e questionando-os sobre os seus significados e cursos de acção que sugerem. Aprenderemos a criar o nosso próprio dicionário de símbolos (individuais e colectivos), como estabelecer um diálogo com os personagens oníricos, o que se deve e não se deve fazer no trabalho com os sonhos e a expandir o nosso trabalho através de abordagens expressivas e criativas. Tudo isto é, bem entendido, somente o início da viagem de trabalho com os sonhos.
O workshop destina-se tanto a profissionais como a não-profissionais. Os participantes devem estar preparados para se envolverem no trabalho onírico de forma vivencial, estabelecendo pontes entre os seus sonhos e a sua vida vigil e assumindo responsabilidade pela profundidade e autenticidade com que estejam dispostos e confortáveis a trabalhar.
Alguns temas abordados:
. Breve fisiologia do sonho;
. Síntese de perspectivas teóricas sobre sonhos e suas funções;
. Estratégias para recordar os sonhos com maior clareza;
. Elaboração de um diário onírico;
. Sonhos e visualização,
. O dicionário de simbolos personalizado
. O trabalho com sonhos “incompletos”,pesadelos e sonhos recorrentes;
. Dentro do sonho - diálogos simbolicos
. Boas práticas no trabalho onírico;
. Trabalho grupal com sonhos;
. Sonhos exóticos;
. Sonhos e mitologia pessoal;
. Sonhos lúcidos.

EDUCAÇÃO
A Investigação da nossa identidade, quer enquanto indivíduos, quer enquanto espécie, conduz-nos muito rapidamente à questão natureza/ sociedade, ou nature/ nurture – diálogo que já dura alguns milénios...
A educação é um elemento central nesta conversa.
Foi com alguma perplexidade que percebi que a educação é tão essencial e omnipresente nas nossas vidas que começa no útero.
Na educação, sintetizam-se as nossas principais ideologias, as estruturas sociais e a nossa compreensão do que significa ser-se uma pessoa. Através dela criamos o futuro.
Então… Como e quando começamos a aprender durante a gestação? O que facilita o nosso desenvolvimento desde os primeiros estágios e o que o dificulta? O que sabemos sobre os programas de estimulação? Não falamos aqui tanto de programas no sentido das aprendizagens semelhantes às escolares em si, ainda menos por si mesmas, mas a construção de um ambiente que nos ajude a atingir um alto nível de desenvolvimento do nosso potencial humano (nutricionalmente, afectivamente,cognitivamente, espiritualmente…). A criação de um tal tipo de ambiente não é meramente procedimental e requer um certo grau de auto-interrogação em que podemos começar a aprofundar-nos. Grupos de pais e profissionais interessados podem considerar útil e enriquecedor aprender mais sobre educação e desenvolvimento pré e perinatais.
Este quadro de referência do desenvolvimento humano, tão completo quanto possível, conduz-nos a várias outras questões e reflecte-se em muitos campos um deles sendo, claro, a educação formal/escolar.
Em nítido contraste com o que as últimas gerações experienciaram como “escola”, há um imenso e rico repertório de projectos e iniciativas educativas invadores e divergentes que se vem desenvolvendo pelo planeta nas últimas décadas. Constituem, neste momento, uma massa crítica que convida claramente a algumas próximas e talvez globais mudanças na educação, enquanto simultaneamente nos fornece material que pode alimentar reflexões, investigação e práticas melhoradas.
Há uma motivação global para melhorar a educação, para torná-la mais significativa, mais individualizada, mais responável - tanto social como ambientalmente. Temos posto ao serviço da educação os nossos melhores recursos, sobretudo à margem da escolarização formal. Desde escolas na nuvem, a ensino doméstico, descolarização, pouca escolarização, aprendizagem auto-dirigida, aprendizagem por projecto, comunidades de aprendizagem, experimentou-se uma imensa quantidade de metodologias, estruturas e recursos.
O que podemos extrair de tudo isto? O que aprendemos? Como podemos usar esta informação para renovar ou mesmo revolucionar a educação no nosso contexto – do nível doméstico ao nacional?
Um exemplo mais específico desta necessidade de melhorar a educação pode ser encontrada na educação de sobredotados. É fundamental que as estruturas educativas estejam disponíveis para reconhecer e responder às necessidades específicas dos estudantes sobredotados e à imensa variabilidade que existe dentro deste vasto grupo (desde sobredotados a altamente sobredotados) - que, no entanto tem sido enacrado comouma minoria em mais acepções do que na estatística.
De facto, muito do “politicamente correcto” mais básico e dos medos que envolvem o reconhecimento das altas capacidades empurraram as questões da sobredotação para uma certa invisibilidade e desprezo que são tudo menos igualitários - e causa de muito sofrimento, prejudicanto indivíduos, famílias, comunidades e a sociedade como um todo.
A desvalorização e o medo da sobredotação tem impedido que expandamos intencionalmente os nossos limites como educadores e enquanto sociedades – tornar a excelência a nossa sombra não parece uma idéia brilhante… Além disto, tudo aquilo que vamos aprendendo com a educação de sobredotados é relevantissimo se queremos melhorar a educação de froma abrangente, da mesma maneira que a tecnologia de vanguarda nos traz frequentemente enormes progressos quando sai dos seus nichos iniciais.
Falemos, por tudo isto, do que sabemos deste assunto... como podemos aumentar a qualidade das vidas dos indivíduos , optimizar as instituições e aplicar os mesmos princípios inovadores à educação em geral.
Podemos trabalhar em conjunto no tópico da educação de sobredotados – com a pessoa, com os seus pais (sessões de aconselhamento), ou com grupos de pais, professores e instituições que estejam interessados em ponderar e criar oportunidades inovadoras que respondam mais adequadamente às necessidades desta população - introduzindo mais variedade, individualização, flexibilidade e mudanças nas suas práticas e currículos.

RECURSOS E MEDIA
Ensino Doméstico - Sic Boa tarde

SOBRE MIM
Psicóloga, ministra há cerca de 15 anos formação em abordagens práticas no trabalho com os sonhos - tanto a psicólogos como a não-psicólogos. Estas abordagens, ainda que de imspiração Jungiana, são, na sua natureza, ecléticas. Enquanto formadora trabalha com grupos em Portugal, mas também na Grécia (Atenas, Bionoesis) e na Roménia (Universidade de Timisoara).
Enquanto investigadora, participou em dois projectos da Fundação Bial. É catalista de várias iniciativas e projectos em educação e foi consultora em necessidades educativas especiais na elaboração da norma ISO 21001, recentemente publicada.
Trabalha actualmente, também, com neurofeedback em necessidades educativas especiais.
psicosophos.sgoncalves@gmail.com
Évora / Lisboa